Necessitamos de ambos em nossa caminhada.
Esta é uma questão interessante: quem são e como agem nossos amigos e nossos inimigos.
Cada um de nós tem o seu papel no palco da vida. Podemos ser os amigos de certas pessoas e podemos também ser os inimigos de outras pessoas.
Isto porque somos espíritos imperfeitos, e muitas vezes não nos encontramos afinados uns com os outros.
Amigos são bençãos em nosso caminho, são como alavancas de sustentação em nossa vida.
São os amigos que enxergam nossos acertos; que nos estimulam a sermos melhores e a darmos sempre o melhor de nós mesmos; nos ajudam a superarmos os obstáculos, as dificuldades. O amigo é aquele que se alegra com nossas conquistas como se dele próprio fosse; é aquele que nos encoraja a seguir em frente ante os desafios da vida; é aquele que nos escuta, que nos acolhe, que nos auxilia a corrigir a caminhada; é aquele que apesar de enxergar nossos defeitos, continua ao nosso lado nos impelindo a nos melhorarmos continuamente.
O amigo é o companheiro que nos dá forças para continuar mesmo não estando por perto; é aquele que está sempre pronto a nos estender as mãos.
Para nós, humanos deste planeta, é fácil e confortável amar os nossos amigos porque temos por eles afinidade, sintonia, ternura e confiança. A companhia do amigo é sempre prazerosa. Nós nos sentimos bem na companhia de nossos amigos porque o pensamento de bem querer nos envolve em vibrações energéticas elevadas.
E os nossos inimigos?
Não há como termos pelos nossos inimigos os mesmos sentimentos que temos por nossos amigos.
Como ter a mesma ternura e confiança com aqueles que sabemos não querer o nosso bem? Não nos sentimos bem na presença de um inimigo, porque o seu pensamento de querer o nosso mal é penoso para nós, e nos atinge de forma a causar-nos desconforto.
Como então compreender o que nos disse Jesus: Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam.
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. - Mateus 5: 43 - 48
Ora, se nós temos sensações e sentimentos diferentes ante o amigo e ante o inimigo, não é lógico entender que Jesus quis que o inimigo ocupasse em nosso coração o mesmo lugar do amigo. Amar o inimigo não é ter por ele a mesma afeição que se tem por um amigo.
Não é isso.
Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem raiva, nem rancor, nem desejos de vingança; ao contrário, é perdoar-lhes, sem nenhum pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar alegria e não o pesar com o bem que lhes aconteça; é socorrê-los se a ocasião se apresentar; é privar-se, por palavras e por atos, de tudo aquilo que os possa prejudicar; é orar por eles; é, por fim, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar.
Isso é amar os inimigos.
Um novo olhar
Se conseguirmos olhar sob nova perspectiva a questão do inimigo, veremos que ele, na verdade é auxilio em nosso favor.
Vamos lá!
É sempre o nosso inimigo que melhor identifica e aponta os nossos erros, fazendo, quase sempre, que queiramos ser melhores e superar mais rapidamente aquilo que em nós não é bom.
Se observarmos com atenção, é o nosso inimigo que indica e aponta a extensão do trabalho que devemos realizar; é ele que nos mede a resistência para suportar as dificuldades e prosseguir no trabalho.
Quando o inimigo nos hostiliza, lembremo-nos de que ele não está negando o nosso valor e nos ignorando, ao contrário, é ele quem reconhece a nossa ação e aí nos combate.
Nesta fase evolutiva tão deficiente ainda na qual nos encontramos, precisamos tanto do amigo quanto do inimigo. Se o amigo nos traz a cooperação e nos encoraja a prosseguir no caminho, o inimigo é aquele que nos observa atentamente e coloca em nosso caminho o teste necessário a nossa avaliação na escola da vida.
Agradeçamos aos nossos amigos pelo companheirismo e amor; mas, agradeçamos também aos nossos inimigos que com sua crítica necessária nos ajuda e muito na solução dos problemas que enfrentamos em nossa própria tarefa de reajuste. São os nossos inimigos que nos auxiliam a corrigirmos as nossas falhas e a andarmos por caminhos melhores.
Experimente olhar sob essa ótica.
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