Lutar não significa guerrear.
Nossa vida, aqui neste planeta, é pautada por lutas incessantes, não é?
Mas o que são essas lutas que devemos travar? E com quem devemos lutar?
Nós lutamos desde sempre. Na verdade, lutamos desde a concepção quando o espermatozóide empreende sua corrida para fecundar o óvulo. Feito isso, começa nova luta para a multiplicação celular e a formação da nossa estrutura física. Nascemos e continuamos a lutar. Parece que vivemos em um estado interminável de lutas. E é verdade.
Nós lutamos por nossa sobrevivência, lutamos para construir nossa vida no plano material, lutamos pelo nosso desenvolvimento intelectual, lutamos, lutamos, lutamos...
Mas qual é a luta mais importante que devemos travar?
Em 2 Timóteo 4:7 Paulo nos diz: "Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé." Que combate é esse que devemos combater?
Em determinado momento de nossas vidas, com a maturidade que chega, as lutas que travamos saem do contexto somente material e se transferem para o nosso interior. É a luta pelo nosso aperfeiçoamento íntimo. É o combate necessário que desbrava novas fronteiras e caminhos dentro de nós mesmos para o nosso crescimento, não só intelectual, mas emocional e espiritual.
É a luta contra nossas más inclinações, contra nossos defeitos, contra nossos erros, contra nossas tendências inferiores que ainda nos dominam. É a luta pela nossa autoiluminação.
E nessa luta que devemos travar conosco não devemos ser instrumentos de flagelo contra nós mesmos nem contra ninguém. Devemos travar nossas lutas com equilíbrio, serenidade e paz, sem ultrapassarmos nossos limites querendo executar tarefas além de nossa capacidade e compreensão, respeitando sempre o estado evolutivo em que nos encontramos. Cada qual tem o seu tempo e sua necessidade de aprendizado.
"É necessário lutar em paz, alegremente, sabendo que os bons Espíritos estarão lutando ao teu lado em nome do Lutador Incessante que é Jesus, que até hoje não descansa nem desanima, permanecendo sempre conosco." - Divaldo Franco pelo espírito Joanna de Ângelis
Essa luta da qual somos chamados a participar requer o nosso desenvolvimento tanto intelectual como emocional e espiritual. Ou seja, precisamos adquirir sabedoria para vencermos a nós mesmos. Como diz Buda; "É melhor conquistar a si mesmo do que vencer mil batalhas."
Lutar é diferente de guerrear
Nas lutas em nosso vida, pode haver a necessidade de vencer mas não há a necessidade de se fazer inimigos. Quando, de outra forma, entramos no modo "guerra", a vitória sempre vem acompanhada do alto custo das misérias e sofrimentos do "vencido".
Nós guerreamos quando utilizamos as armas da violência contra os inimigos, mesmo que o inimigo seja nós mesmos. Lutar é combater sem que utilizemos as armas de destruição. É bom refletir sobre essa questão.
Uma das grandes lições da vida é que podemos sorrir e cantar sem desprezar aqueles que choram. Podemos orar por aqueles que não estão em sintonia conosco. Podemos aprender que mesmo quando empreendemos nossas lutas, a maior conquista é a de nós mesmos. Que podemos lutar sem guerrear.
Ao fim dessa jornada incrível que é a encarnação, devemos poder estar satisfeitos conosco com a certeza de que tudo fizemos para vencer nossa luta interior mantendo o equilíbrio, a moderação, a paz e a caridade para com todos, inclusive para com nós mesmos. E, como Paulo, sermos capazes de afirmar: Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.
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