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RACIOCINAR PARA CONVERSAR

Seremos conhecidos pela nossa conversação



Nós, seres humanos, gostamos muito de conversar uns com os outros não é mesmo? Afinal, a linguagem é uma característica do ser racional, que pensa, que apreende, que compreende. A linguagem é o meio de comunicar ideias ou sentimentos através do som, da escrita e dos gestos.


E nós gostamos de nos comunicar, de conversar uns com os outros, expressando aquilo que sentimos e pensamos. Muitas vezes a conversa é digna, instrutiva, cordial. Em outras vezes, nem tanto.




Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouvem.” — Paulo - Efésios 4:29

Essa advertência de Paulo não é sem razão de ser. Vejamos o que nos diz Emmanuel no livro Caminho, Verdade e vida, pela psicografia de Chico Xavier: A palavra precede todos os movimentos nobres da vida.


As palavras tecem os ideais do amor, são as palavras que estimulam a parte divina do homem, é a palavra que desdobra a civilização - variedade de línguas faladas, é a palavra que organiza famílias e povos.


Jesus deixou o Evangelho ao mundo conversando, através da palavra. Os espíritos que atingem o mais elevado plano de manifestação prezam a conversação amorosa e esclarecedora. O prazer de conversar de forma reta, equilibrada, no bem,  caracterizam as relações de legítimo amor fraternal.


As almas que se compreendem, em qualquer setor da atividade comum, estimam as conversações afetuosas e sábias. O espírito Maria Dolores, pela psicografia de Chico Xavier no livro Coração e vida nos diz:


Estende luz e esperança,

Fala no bem quando fales,

Que a Terra já tem por males

Penúria, tristeza e dor;

Jesus nos pede a palavra

Para entender e servir,

A fim de erguer no porvir

O Reino de Paz e Amor.


A conversação sadia, que eleva os sentimentos, instrui e edifica é sempre prazerosa ao homem. Todos nós temos alegria de conversar com aquela pessoa que nos escuta verdadeiramente, que nos aconselha de forma equilibrada, que nos faz enxergar, pelo raciocínio, a solução dos nosso problemas, que nos ajuda, através da conversa a superar os nossos desafios.


Porém, além dessas pessoas que se conservam em posição de superioridade pelo bom entendimento que já tem da responsabilidade das palavras, existem aqueles que desfiguram o dom sagrado do verbo, como diz Emmanuel, compelindo-o às maiores torpezas, ferindo os bons costumes, falando imoralidades, agindo com falta de decência, revelando seu caráter vil.


São aqueles de nós que são amantes do ridículo, da zombaria, dos falsos costumes. Esses se esquecem que a palavra é dádiva tão santa que revela àqueles que ouvem a qualidade do espírito que a insulta e desfigura, colocando-o, de imediato, no lugar baixo que lhe compete nos quadros da vida.


Nós estamos ainda muito longe da educação racional, diz Emmanuel no livro Encontro Marcado, pela psicografia de Chico Xavier. Porque cada um de nós tem a necessidade de ponderação, porém, agimos de modo geral e repetidamente sob o impulso de gatilhos emotivos que são acionados por sugestões exteriores.


Emmanuel diz que de modo geral, muito antes que nos decidamos a discernir, assimilamos ideias que nos são desfechadas por informações e exibições que nem sempre se vinculam à verdade e passamos a esposar opiniões que, comumente, nos induzem a desastres morais no comboio da existência.


O que Emmanuel diz é uma verdade que assola os nossos dias como um vendaval de destruição. O que temos visto é que muitos de nós, homens, pela nossa própria invigilância e pela falta de utilizarmos e exercitarmos a nossa capacidade de raciocinar, nós  “compramos” idéias as quais fossem passadas pelo crivo da razão, constataríamos que não se sustentam.


Aqueles que se dizem cristãos, seguidores do Mestre Jesus, deveriam compreender essa questão de uma maneira muito mais responsável, utilizando a razão para discernir se aquela palavra, se aquela idéia pode ser incorporada ao nosso dia a dia sem ferir os ensinamentos do Mestre Nazareno.


Passamos a esposar idéias que são completamente contra os ensinamentos de Jesus, a título de progresso, mas que nada tem de progresso. Ao contrário, são idéias, muitas vezes, implantadas no seio da sociedade por aqueles que comungam com as trevas. Esses conversam e se utilizam da palavra de forma sedutora enganando milhares que se mantem em postura de invigilância.


Não vos enganeis; as más conversações corrompem os bons costumes.” — Paulo - 1 Coríntios, 15.33

A conversação menos digna deixa sempre o traço da inferioridade por onde passa. Cria-se uma atmosfera de desconfiança que substitui, imediatamente, o clima da serenidade. Depois da conversação indigna, há sempre menos sinceridade e menor expressão de fraternidade.


Em seu berço de ignomínia, nascem os fantasmas da calúnia que escorregam por entre as criaturas tentando a destruição de lares honestos; surgem também as preocupações inferiores que enegrecem as atitudes respeitáveis; emerge aquela curiosidade criminosa, que comparece onde não é chamada, emitindo opiniões ásperas, induzindo os que a ouvem à mentira e à demência. A má conversação corrompe os pensamentos mais dignos.


As conversas proveitosas sofrem-lhe, em todos os lugares, a perseguição implacável, e imprescindível se torna manter-se o homem em guarda contra o seu assédio insistente e destruidor. Porém, quando entregamos o coração a Jesus, é muito mais fácil controlar os assuntos e eliminar as palavras desonrosas.


Escutar fraternalmente o que é dito para nós sem escandalizar aquele que fala, sem ferir os companheiros que estão conosco na jornada terrena, é dever de cada um de nós. Muitas vezes o que fazemos é exatamente querer censurar e contradizer o outro de forma contundente, dizendo que ele está errado, que não pode falar o que quer. Somos, por vezes, desagradáveis com o outro e essa atitude somente servirá para agravar as dificuldades de entendimento e os problemas de raciocínio e invigilância pelos quais a pessoa passa momentaneamente.


Todavia, a Lei do progresso é inexorável, atinge a todos nós. Em algum momento, aqueles que se entregam ao engano pela invigilância e pela da falta de raciocinar, cairão em si.


Devemos aprender a filtrar aquilo que chega ao nosso campo íntimo, aproveitando aquilo que se faça útil aos outros e a nós mesmos, e esquecer tudo o que não nos sirva à construção do bem.


Conversando melhor


Conversação é permuta de almas. É através da palavra que damos e recebemos. Emmanuel nos orienta esclarecendo que ao nos entendermos uns com os outros, nós fornecemos e adquirimos determinados recursos de espírito, que irão influir em nossa conduta e a nossa conduta forma a corrente de planos, coisas, encontros e realizações que nos determinarão o destino. Escolha de hoje no livre-arbítrio será consequência amanhã. Causa de agora será resultado depois.


Cultivar a harmonia à frente de tudo e de todos é dever de cada criatura. E não nos esqueçamos de que é preciso que a atitude de entendimento não exclua de nossa personalidade o otimismo, a sinceridade construtiva, o reconforto da intimidade e a alegria de viver.


Diante de todos e de tudo, deixemos que a caridade nos ilumine o crivo da razão, a fim de que não venhamos a perder os melhores valores do tempo e da vida, por ausência de equilíbrio ou falta de amor.


Examinemos sempre as sugestões verbais que nos cercam em nosso cotidiano. Se as conversas ao nosso redor são, em sua maioria, de más noticias, futilidades, maledicência para com a vida alheia, é necessário observar como agimos.


Em toda e qualquer ocasião, sempre temos recurso para  mudar, com amor e caridade, o rumo da conversação. Para podermos efetuar essa renovação, necessário é procurarmos conselho nos ensinamentos do nosso Mestre Jesus Cristo.


Conversar é possibilidade sublime, uma concessão de Deus, nosso Pai. Assim, não podemos relaxar e nem menosprezar a vigilância em nosso raciocínio, porque pela nossa conversação seremos conhecidos.

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