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VONTADE

A força interior que nos impulsiona.


A mente cria a nossa realidade. Ela é o espelho da nossa vida. É o pensamento que cria a vida que queremos. Aristóteles já dizia que pensar é uma ação divina e que o que se faz necessário é saber pensar. Se o pensamento cria a vida que nós queremos, o nosso esforço evolutivo é dominar aquilo que pensamos. Hermes Trismegisto no antigo Egito já afirmava que o mundo é mental, e que a mente pode ser transmutada, transformada de estado em estado, de grau em grau, de condição em condição, de vibração em vibração.


Como nos diz Emmanuel no livro Pensamento e Vida, pela psicografia de Chico Xavier, podemos comparar nossa mente a um escritório: temos o departamento do desejo, em que operam os propósitos e as aspirações; departamento da inteligência, ampliando os patrimônios da evolução e da cultura; o departamento da imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o departamento da memória, arquivando as nossas experiência; e outros departamentos que definem os investimentos da alma. Porém, nos diz Emmanuel, acima de todos os departamentos surge o gabinete da vontade, que é a gerência esclarecida e vigilante, e que governa todos os setores da ação mental.


Isso nos faz clarear a diferença entre desejo que é o querer e o aspirar, e a vontade que é a faculdade do homem de querer e escolher livremente com determinação e firmeza, é a força interior que nos impulsiona à realização.


Gastamos nossa vida com coisas banais, supérfluas, inúteis, improdutivas. Passamos a existência sem voltar os olhos para dentro de nós, sem saber nada de nós mesmos, sem nos atentamos para as riquezas que temos dentro de nós, e, com essa atitude, não encontramos a felicidade. Mas é em nossa vida íntima, quando olhamos para dentro de nós mesmos e permitimos o desabrochar de nossas potencialidades, de nossas virtudes, é lá que verdadeiramente encontraremos a felicidade.


Porque ao olharmos atentamente para o fundo de nós mesmos, fechando o nosso entendimento às coisas materiais e externas e, habituando os nossos sentidos psíquicos à escuridade e ao silêncio, nós veremos surgir luzes inesperadas e ouviremos vozes que nos consolam e nos inspiram força e coragem para a nosssa caminhada evolutiva.


Existem em nossa alma humana, como explica Léon Denis, dois centros de ação e expressão. Um manifesta o “eu”, com suas paixões, suas fraquezas e sua insuficiência. O outro centro que é interno, profundo, imutável, é a sede da consciência e da fonte da vida espiritual, é o templo de Deus em nós. Enquanto permitirmos que o "eu" seja o regulador de nosso proceder, do nosso agir, ficaremos ligados a vida inferior semeada de provações e males. É somente quando permitimos que a sede de nossa consciência domine o "eu", quando consentimos que a fonte da vida espiritual nos dirija, é aí que nossas potências ocultas se revelam e que o Espírito se afirma em seu brilho e beleza. É por este templo de Deus dentro de nós que estamos em comunhão com o Pai que é o foco de todo o amor, o princípio de todas as ações.


Nós nos perpeturaremos em mundos materiais, onde tudo é inferioridade, incerteza, sofrimento e dor, se deixarmos o "eu" dominar nossa vida. De outro modo, se permitirmos a manifestação crescente do Espírito Divino em nós, venceremos o "eu" egoista e orgulhoso, e criaremos uma vida feliz e perfeita, onde teremos paz, serenidade, felicidade e grandeza; estando, então, aptos a contribuir plenamente na obra universal e eterna do Criador.


E como alcançaremos esse estado? E qual ferramenta utilizar? É através da vontade que movimentaremos nossas potencialidades, que ainda dormem dentro de nós, e orientaremos os nossos sentimentos, pensamentos e ações para um ideal mais elevado, mais nobre.


O uso persistente, tenaz, desta faculdade soberana (vontade) permitir-nos-á modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte. - Léon Denis

Na maioria de nós, por falta de disciplina, os pensamentos flutuam descontrolados, sem cessar, movendo-se de um alvo para o outro velozmente, sem que consigamos manter o foco. Isso dificulta o acesso às influencias superiores. Porém, através da vontade nós dirigimos os nossos pensamentos para um alvo determinado, mantendo o foco. Quando vamos aprendendo a disciplinar a nossa mente, nos concentrando, é que conseguimos colocar o nosso pensamento em sintonia com o pensamento divino. É então que a nossa alma é preenchida e envolvida pelo Espírito Divino, nos tornando aptos a realizar nobres tarefas, preparando-nos para uma vida harmoniosa. Como diz Léon Denis: Aprendamos, pois, a servir-nos de nossa vontade e, por ela, a unir nossos pensamentos a tudo o que é grande, à harmonia universal, cujas vibrações enchem o espaço e embalam os mundos.


Deus nos concedeu a vontade como coroa luminosa da razão após a nossa trabalhosa e milenária viagem pelas estradas do instinto. É ela o leme que dirige todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento. O pensamento, a eletricidade e o magnetismo combinam-se em todas as manifestações da vida universal, e criam gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação; mas é a vontade que é determinante, é o botão que acionamos para decidir se nos movimentamos ou se ficamos inertes. Pela vontade temos o controle da energia mental que é criadora e dirige os nossos rumos para a liberdade da ascensão de nosso espírito ou para o aprisionamento dele aos enganos e sofrimentos. Só a vontade é forte o suficiente para sustentar a harmonia de nosso espírito, impondo-nos a disciplina para vencermos nossa inferioridade moral e sintonizarmo-nos com as forças superiores da vida.


A maior de todas as potências


É a vontade a maior de todas as nossas potências. Como nos fala Léon Denis: O princípio de evolução não está na matéria, está na vontade, cuja ação tanto se estende à ordem invisível das coisas como à ordem visível e material. Esta é simplesmente a consequência daquela. O princípio superior, o motor da existência, é a vontade. A Vontade divina é o supremo motor da Vida Universal.


A vontade, aliada ao otimismo e a confiança, é força que nos preserva do desassossego e da perturbação, é força que nos desvia do mal. Já o medo, o desânimo, o mau-humor e o desespero nos desarmam e nos entregam ao mal sem defesa. O fato de olharmos de frente para o perigo, o mal e a dor; a resolução de os enfrentarmos, de os vencermos, já diminuem a sua importância e os seus efeitos.


O poder da vontade não tem limites. O homem, quando consciente de si mesmo, de seus recursos e faculdades latentes, sente crescer suas forças na razão dos seus esforços.


Despertemos de nosso pesado sono nesse mundo material, empreendamos os esforços necessários para disciplinar a nossa vontade ligando-a e sintonizando-a a vontade do Criador, voltemos os olhos para dentro de nós mesmos a fim de nos conhecer verdadeiramente, de conhecer as potencialidades de nossa alma e aprendamos a utilizar e dirigir a nossa vontade para os mais elevados propósitos.


Quando conquistarmos o domínio sobre nós mesmos, na certeza de que dirigindo nosso pensamento pela vontade firme alçaremos voos cada vez mais altos rumo ao Criador; não temeremos os retardamentos, as quedas, os enganos, o sofrimento, as doenças, a dor e nem mesmo a morte, porque teremos feito do "eu" inferior, frágil, egoísta e orgulhoso, uma alta e poderosa individualidade.

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